O cimento é o elemento mais fundamental na construção civil, e sua compra representa um dos maiores gastos quando se está construindo ou reformando
Por isso é necessário prestar atenção em alguns pontos, para que não haja perdas de material e até mesmo para garantir a qualidade desejada na sua obra.
A partir do cimento são confeccionados vários tipos de materiais, como as argamassas e concretos, sendo que as argamassas são utilizadas para assentamento e revestimento e os concretos compõem os elementos estruturais das edificações (fundação, pilares, vigas, lajes, etc.)
Apesar da utilização desse produto ser bastante estudada, e diversos estudos científicos já terem sido publicados sobre o tema, ainda reina muitos mitos dentro e fora do canteiro de obras, sendo que essas inverdades podem comprometer a qualidade e a durabilidade da edificação.
A seguir seguem as principais DÚVIDAS (e RESPOSTAS!) que chegam até nós todos os dias:
1) Nas misturas de argamassa e concreto, quanto mais água melhor?
MITO!
Muito pelo contrário, quanto menor a quantidade de água utilizada no preparo de argamassas e concretos, menor será a quantidade vazios que restará na massa, quando essa água evaporar, deixará menos “buracos”, tecnicamente chamados de vazios, ou seja mais resistente o concreto será. O correto é você colocar a quantidade mínima de água de modo que atinja a trabalhabilidade necessária, ou seja, que você consiga aglutinar bem a massa de cimento e areia e envolver os grãos de brita (nos casos de concretos) para aplicar no elemento desejado.
As fabricantes de concreto fornecem traços, que ditam a proporção entre todos os materiais que constituem a mistura, de argamassas e concretos. A seguir uma ilustração elaborada pela empresa Votorantim Cimentos para exemplificar o exposto acima.
Se você seguiu corretamente o traço imposto pelos fabricantes e ainda não atingiu a trabalhabilidade necessária, talvez seja interessante o uso de aditivos plastificantes(como o Vedalit), que melhoram a consistência dos concretos e argamassas, sem a necessidade de aumentar a quantidade de água. Conheça clicando no link.
2) A marca de cimento importa?
MITO!
Muito mais importante do que a marca do cimento são os certificados que aquele produto carrega, pois indica que órgãos certificadores sérios fizeram estudos e ensaios destes materiais assegurando padronização e segurança quanto ao uso. Os principais selos que você deve observar no cimento comprado são: ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) e ISO 9001 (Sistema de Gestão da Qualidade).
3) Quanto mais escuro o cimento mais resistente ele será?
MITO!
Essa é uma dúvida muito comum trazida pelos profissionais da construção, que acreditam que quanto mais escuro melhor, mas não existe nenhuma relação entre a cor do cimento e a sua resistência. O cimento é uma mistura de clínquer (que é um constituinte básico do cimento), gesso e adições. A cor do cimento depende do tipo de adição utilizada e da cor do clínquer com o qual ele é produzido.
O clínquer é o resultado da mistura de calcário e argila submetidos a altas temperaturas, na ordem de 1.450 C°. O clínquer pode ser mais ou menos escuro, dependendo da quantidade de ferro presente na argila. Quanto maior de ferro da argila, maior o teor de ferroaluminato cálcico (C4AF) no clínquer e mais escuro ele será. A questão é que, entre todos os minerais presentes no clínquer, o C4AF é o que menos contribui para a resistência do cimento.
4) Existe uma ordem correta para misturar os materiais na betoneira?
VERDADE!
Além das quantidades abordadas no tópico 1 deste artigo, a ordem de colocação dos materiais na betoneira exerce grande impacto na qualidade do produto final. A definição da sequência correta leva em conta três princípios que regem como o cimento atua na formação do concreto.
Em primeiro lugar, o cimento deve unir todos os grãos de areia e brita formando uma massa única. Para o cimento reagir, é necessário introduzir água na quantidade certa. Por fim, o material precisa se misturar fácil sem grudar na betoneira. Tais diretrizes induzem a uma sequência batizada de PACAAAA (Pedra-Água-Cimento-Água-Areia-Água-Aditivo):
Etapa 1. (P) Com a betoneira ligada, adicione toda a pedra. Assim, esse agregado ajuda a limpar algum resíduo que eventualmente houver no equipamento da mistura anterior;
Etapa 2. (A) Coloque 1/3 da quantidade de água calculada. A ideia é que a pedra absorva um pouco da água, e “limpe” as pedras da poeira que se acumula sobre elas, melhorando assim a capacidade de colagem do cimento entre as pedras;
Etapa 3. (C) Acrescente o cimento. Com a pedra já molhada, fica mais fácil para o cimento envolver cada grão;
Etapa 4. (A) Adicione mais 1/3 da água;
Etapa 5. (A) Prossiga depositando toda a areia. Esse agregado irá aderir aos grãos de pedra e cimento já existentes na betoneira, gerando uma mistura mais uniforme;
Etapa 6. (A) Adicione o restante da água;
Etapa 7. (A) Se o traço prever o uso de algum aditivo, ele pode ser misturado a este último terço da água.
Procure sempre a homogeneidade da mistura, o ideal é misturar por cinco minutos aproximadamente na sequência PACAAAA.
5) Meu cimento está empedrado, mas me falaram que não tem problema utilizar assim.
MITO!
O cimento empedrado não deve ser utilizado, pois já perdeu parcial ou totalmente sua característica de se aglutinar e formar uma pasta de qualidade.
Para evitar desperdícios de material empedrado, deve-se seguir as seguintes orientações:
- Estocar os sacos de cimento em pilhas de até 10 sacos.
- Deixar o cimento em local coberto e não encostado diretamente no chão.
- Consumir o cimento em até dois meses, pois mesmo se estocado corretamente, a própria umidade do ar já é suficiente para transpor a embalagem de papel Craft e atingir parte do produto.
Uma das recomendações para aproveitar o cimento empedrado é através do peneiramento, de tal forma que os grumos fiquem todos retidos na peneira. Este material deve ser descartado e o que passou pode ser utilizado. Ou ainda, usar o material para construir pequenos pisos, calçadas ou meio fio. De preferência, em locais onde não há necessidade de elevada resistência mecânica e que não traga perigo à vida de outras pessoas.
E aí, você ainda tem alguma dúvida sobre CIMENTO?
Quer saber mais alguma coisa sobre o tema ou tem alguma dúvida antes de comprar este produto, que é fundamental em qualquer obra?
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